Mulheres com Asas

Bons Voos.

Tag: alma (Página 2 de 2)

NAS ASAS DA PAIXÃO

Se existe um assunto acertado em termos de satisfazer a curiosidade feminina, este tema é a paixão. Acho normal. As mulheres são seres apaixonados em sua essência e falar sobre a paixão é falar sobre algo que lhes é muito familiar e muito antigo. É claro que cada uma de nós tem a sua própria história. Mas é certo também que a primeira paixão nasceu muito cedo, quando éramos apenas meninas. Naquela época, a paixão que sentíamos dentro de nós provocava a mesma sensação que correr em meio a bosques floridos e caçar borboletas. Acreditávamos piamente que a paixão era capaz de transportar os nossos corpos franzinos e as nossas almas espevitadas para muito além do horizonte. O simples ato de observar o ser amado, mesmo que você estivesse escondida atrás de uma árvore a milhares de quilômetros de distância, era como respirar o mais inebriante perfume de sândalo. E um mero olhar do seu principezinho já era suficiente para você se sentir flutuando em um tapete mágico a milhas e milhas de altitude. E, o melhor: sem nunca sentir vertigens ou medo de cair.

Então você virou moça. Neste momento, apenas contemplar o ser amado já não era mais suficiente. Foi quando surgiram, então, as suas primeiras interações, ainda muito desajeitadas e tímidas. O rubor na face era natural. Nenhuma de nós precisava de maquiagem. O que precisávamos, isso sim, era ensaiar palavras na frente do espelho e descobrir em nós mesmas uma coragem assustadoramente poderosa para estabelecer alguma espécie de contato. Como a grande maioria das primeiras paixões, a minha também foi platônica e não correspondida. Agora eu sentia, pela primeira vez, a flecha atravessando o meu coração. Eu nunca havia sentido uma dor assim. Meu grande amigo era meu diário, cuja capa cor-de-rosa era fechada com uma chavezinha dourada. E era para ele que eu dirigia as minhas preces, fazia as minhas promessas e contava os meus progressos na arte da sedução. Meu diário nunca me recriminou. Calado, aceitou tudo aquilo que eu impus a ele com minha letra perfeita e também tudo aquilo que eu impus a mim.

Então virei mulher. Costumo ser muito franca e aberta com relação aos meus sentimentos e à minha intimidade. Sinceramente, não tenho problema algum em falar sobre a minha vida. Mas existe uma única coisa que às vezes ainda me faz corar. Incomoda-me um pouco lembrar de todas as coisas insanas e sem sentido que, ao longo da minha existência, eu fiz em nome do que eu achava que era amor. Fosse amor de verdade, não teria sido assim. Os atos impensados, a fragilidade, o destempero e o desequilíbrio são típicos, na verdade, de um estado de paixão. Se eu tivesse sabido antes, teria feito diferente. Mas eu estava equivocada. Para mim, tudo aquilo era amor. E se até Fernando Pessoa teria dito que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, quem era eu para discutir?

As paixões não fizeram estragos significativos na minha vida, mas deixaram marcas indeléveis no meu ser. Valeram a pena no momento em que existiram, mas tenho que admitir que o preço pago foi altíssimo em termos de auto-respeito, de auto-controle e de auto-estima. Nos momentos de paixão, sufoquei minha vontade de voar e, voluntariamente, amarrei pesos nos meus pés. Minhas asas se ressentiram e eu não me importei. Em parte, abri mão de mim mesma e corri o risco de que elas se atrofiassem para sempre.

Felizmente, a natureza possui uma inacreditável capacidade auto-curativa e minhas asas se recuperaram e me remeteram àquela época em que eu bebia água nas nascentes e colocava margaridas nos cabelos.  Mas tudo agora era diferente. Com o tempo, veio a consciência de que eram os meus próprios pés que me moviam e que, para voar de verdade, eu teria que exercitar as minhas asas. E comecei a tatear esse terreno, experimentando aqui e acolá as minhas novas descobertas. Demorei muito, mas muito mesmo, para ter a segurança de me elevar um pouco além. Eu sabia que um vento mais forte poderia facilmente me derrubar.

Mas eu não desisti. E, aos poucos, eu fui mudando como um pássaro migratório, que intuitivamente sabe para onde se encaminhar. Em parte, tenho saudade das piruetas, das manobras radicais e até mesmo dos pousos forçados. Mas, em parte, prefiro seguir em velocidade de cruzeiro, observando meu caminho com atenção e sabendo distinguir quem são os predadores e quem são os companheiros.

Ninguém pode dizer que não beberá da água de um determinado rio. Principalmente, se você se vir sozinha em meio a um deserto árido. Sendo assim, hoje eu prefiro abastecer os meus próprios cântaros e minimizar os meus riscos. Pode parecer covardia. Mas pode ser também que a isso se chame paz. Os voos serenos têm valido muito a pena em minha vida e têm me poupado muita energia. Certa ou errada, com razão ou sem razão, acredito que, desta forma, poderei ir ainda mais longe. E ter muitas outras histórias e finais felizes para contar.

(Texto publicado originariamente em 15/05/12. Foto: Rosie Hardy)

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NA TERRA DAS FADAS

Esta semana ganhei um presente muito especial do meu pai. Um livrinho sobre mitologia. Na verdade, ele é uma espécie de dicionário em que você pode encontrar, pelo nome, os principais personagens das maravilhosas histórias lendárias que se desenvolveram no berço da cultura romana, grega, egípcia, nórdica e celta. Imediatamente fui em busca de meu próprio nome e pude reviver, com emoção, aquilo que eu já sabia mas que se encontrava adormecido em mim há muitos e muitos anos: os fantásticos relatos sobre Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.

De acordo com histórias medievais e romances contados através dos séculos, Arthur teria comandado, juntamente com seus fiéis cavaleiros, a defesa contra os invasores saxões chegados à Grã-Bretanha no início do século VI. E ele teria, também, sido aconselhado por Merlin, um sábio mago que, segundo tais relatos, conhecia todos os segredos do céu e da terra, da vida e da morte, dos homens e dos deuses. E muito embora tenha sido atribuída a Merlin a fama de feiticeiro, contam os entendidos que ele, na verdade, pretendia apenas assegurar a paz entre os povos. As histórias arturianas são tão ricas em detalhes que muitos acreditam que se trata de relatos absolutamente verídicos.

Dizem também estas histórias que o famoso círculo de pedras britânico teria sido construído por Merlin, o qual teria providenciado, no ano 300 A.C, o seu transporte, pelo ar, desde o País de Gales. Mas se Merlin era dotado de poderes especiais, tinha também seu lado humano. E foi assim que ele teria se apaixonado por Viviane, também conhecida como “A Senhora do Lago”. E tamanha teria sido tal paixão que Merlin, cego de encantamento, teria entregue à sua amada todos os segredos que ele, até então, guardava com absoluta exclusividade. Viviane era filha de Diana, a deusa dos bosques, e irmã mais velha de Igraine, mãe de Arthur. E foi nesta condição de tia que Viviane teria concedido a Arthur a famosa Excalibur. Este importante ato teria acontecido em Avalon, sagrada ilha bretã regida por sacerdotisas. A famosa Fada Morgana era meia-irmã de Arthur e teria sido treinada por Viviane para sucedê-la em sua missão de assegurar a paz e a sabedoria, tornando-se a nova líder desta terra insular.

Ao que consta, estas narrativas, embora não verdadeiras, guardam estreita relação com as antigas cultura e religião celtas. Historicamente, a expressão “celta” é a designação dada a um conjunto de povos organizados em múltiplas tribos pertencentes à família linguística indo-européia e que se espalhou pela maior parte do oeste da Europa a partir do segundo milênio antes de Cristo. Tal etnia, assim definida como os povos que falavam o idioma celta, transmitiu a sua história através das tradições e do folclore. Pouco se escreveu a respeito e o que se sabe destes grupos deveu-se à mera perpetuação dos costumes.

Os celtas exaltavam a força da Terra e a natureza era considerada a expressão máxima da Deusa-Mãe. Embora a sociedade não fosse rigorosamente matriarcal, as mulheres possuíam grande importância em sua dinâmica e funcionamento, na medida em que a Divindade Superior era um ente feminino. E tanto as forças do Universo regiam suas crenças que os celtas não construíam templos. Suas reverências aconteciam nos bosques para propiciar a adoração aos vários elementos da natureza. Infelizmente, a religião celta perdeu-se no tempo. As reminiscências que ficaram resumem-se basicamente à wicca e suas derivações, as quais ostentam conteúdo pagão e incluem rituais de bruxaria. Seus princípios originais e sua essência primeira não permaneceram.

Em pouco mais de um mês, visitarei a Grã-Bretanha e se eu tiver tempo, visitarei alguns locais importantes da história celta. Pretendo ir a Stonehenge e contemplar de perto esta misteriosa obra. Pretendo comprar alguns livros. Pretendo conversar com as pessoas locais para compreender um pouco melhor estes povos. Com sorte, conseguirei.

É claro que sei que todas estas histórias fantásticas são lendas. Mas, mesmo assim, gosto de pensar que a sacerdotisa-maior de Avalon se chamava Viviane e que foi ela quem, tal como uma fada, entregou a espada mágica para seu sobrinho Arthur. Gosto também de imaginar as aventuras vividas por Merlin e sua amada quando teriam percorrido toda a Europa no dorso de um cavalo. E gosto de reproduzir em minha mente como seriam as visitas às florestas para homenagear a mãe-natureza.

As lendas são maravilhosas e nos fazem sonhar. São estas histórias que fazem a nossa imaginação funcionar e que giram a engrenagem do mundo.  Estas narrativas resgatam a doçura dos antigos tempos e a força de um ser humano impulsionado pela honra e pela coragem. Heróis e princesas fazem falta nos dias de hoje. E por isso mesmo os Contos de Fadas são tão interessantes e fascinantes: eles nos fazem acreditar na existência de um mundo melhor, em que a paz possa reinar.

E, pensando agora, talvez seja a esta a razão pela qual estes relatos místicos ainda existem de forma a sobreviver à própria realidade.

(Texto originariamente publicado em 08/05/12. Foto: Pinterest).

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LIBERDADE EXISTE?

Para quem não sabe, mantenho no Facebook uma página oficial e um grupo de discussão, ambos homônimos deste Blog. Tem sido uma experiência muito amorosa e enriquecedora dividir o afeto e a amizade com muitas Mulheres Com Asas, que, ali, têm a possibilidade de compartilhar os seus sentimentos e as suas vivências. Como já comentei anteriormente, este Blog nasceu da vontade de contar a outras mulheres como tem sido viajar sozinha há mais de quinze anos, para destinos muito variados. E, de uma certa forma, ele tem alcançado a sua missão, pois muitas mulheres me escrevem para narrar que tomaram a decisão de empreenderem seu primeiro voo solo depois de conhecerem um pouco mais a dinâmica desta  espécie de jornada.

Curiosamente, alguns homens também me escrevem e participam ativamente da página oficial e do grupo, o que, na realidade, revela-se alentador. Para as céticas de plantão, informo que pude apurar que existem, sim, muitos homens sensíveis, compreensivos e que se interessam pela alma feminina. Há uma luz no fim do túnel.

No dia de hoje, um dos leitores do sexo masculino e que não conheço pessoalmente, fez duas postagens no mural do grupo, afirmando, categoricamente, que não existe independência e que a liberdade é uma ilusão. Confesso que, à primeira vista, os comentários me pareceram um pouco inadequados para o conteúdo da página. Lembrando-me, porém, que estou numa empreitada no sentido de compreender melhor as atitudes e pensamentos humanos, recuei dois passos em meu julgamento condenatório e achei melhor repensar, por mim mesma, as colocações daquele leitor. E passei a me perguntar, então, se a liberdade existe mesmo ou se me encontro vivendo em um universo paralelo e totalmente dissociado da realidade.

Não me filio a nenhuma linha religiosa específica. Porém, devo admitir que, em grande parte, a filosofia oriental atende aos meus mais legítimos anseios de ter respondidas aquelas perguntas primordiais que formulamos desde o dia em que começamos a raciocinar.

Sendo assim, é claro que entendo perfeitamente que o universo, dentro dos limites de grandeza que podemos vislumbrar, é uma gigantesca teia de interações, quer percebamos ou não. Até o nosso piscar de olhos provoca imperceptíveis movimentos na atmosfera, os quais, reverberando, produzem reflexos concatenados a interferirem na dinâmica atômica de todo o planeta. E, sob esta ótica, é possível mesmo afirmar-se sobre a interdependência de todos seres.

Liberdade é outra coisa. Embora estejamos associados e interligados a tudo o que existe de material e imaterial, há algo dentro de nós que parece ser exclusivo. Dependendo da sua crença, filosofia ou religião,  você poderá chamar essa essência de alma ou de espírito. Até mesmo se for ateia, há de concordar que suas ondas cerebrais atuam numa frequência diferenciada, capaz de tornar você um ser humano único.

E é justamente o reconhecimento desta individualidade que permite aos seres humanos sentirem-se livres,  haja vista que, neste estágio de consciência, você não se interessa em imitar alguém ou ser outra pessoa que não você mesma. Até porque é impossível emular as sutilezas da mente humana.

E é por isso que eu defendo, sim, a ideia de que a liberdade existe e que não está atrelada a nenhuma condição, tal seja o seu estado civil, origem, raça, idade, aparência ou capacidade econômica. E ela existe porque dentro de você há algo que é só seu e que é intangível a tudo o mais que possa existir. E exatamente  porque passa ao largo de todas as considerações humanas, aquela centelha elementar que ilumina o seu ser  permite que nela você inspire seus mais elevados sentimentos, como alguém que acende um fósforo na chama de uma vela.

E se você quiser reformular sua linha de raciocínio, pergunte a si mesma por que a liberdade não haveria de existir se dentro de você há um universo inteiramente seu.

Não sou dona da verdade e nem sei se ela tem dono. Mas tenho, para mim, que o expoente máximo da liberdade consiste em sentir e agir de maneira coerente com os contornos do seu Jardim do Eden, que não está sujeito à avaliação de mais ninguém. Ali, você faz o que deseja, arruma e planta como quiser, pinta, borda, dança, corre, voa, escreve, canta, encanta-se e sacia sua sede em fontes cristalinas. Chora e ri. Cai e levanta. E isso não é da conta de ninguém.

Não desrespeito a incredulidade e apenas lamento que não tenho como provar que a liberdade realmente existe. E sei que ela existe porque a vejo dentro de mim. Acredito naquilo que quero acreditar. E isso também é liberdade.

E se alguém ainda duvida e quer pelo menos um pequeno indício de que ela é real, lembre-se que mesmo sem o seu corpo físico você ainda é você. E lembre-se também que até um prisioneiro é capaz de sonhar e de contar as estrelas do céu.

(Texto originariamente publicado em 25/04/12. Foto Barefoot Blonde)

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O UNIVERSO DA BELEZA

Na manhã de hoje, estive na FAAP a convite de uma queridíssima amiga para o fim participar da mesa redonda de abertura do curso “O Universo da Beleza”, concebido dentro da própria instituição e integrante de seu Núcleo de Cultura. Além desta minha amiga, Dra. Náila Nucci, compuseram a mesa o Prof. Silvio Passarelli e outros três reconhecidos nomes do meio acadêmico e jornalístico, cujo brilho foi capaz de transformar aquela távola em uma constelação de primeira grandeza.

Durante a apresentação do projeto, os expositores traçaram considerações filosóficas sobre o tema, o que, confesso, teve o condão de surpreender-me pela vastidão e magnitude, inatingíveis como os confins do próprio universo. Foram tantas e tão complexas as observações, que acabei por constatar que eu jamais havia me dedicado a pensar sobre o assunto com a atenção que ele merece.

Em um primeiro olhar, o tema pode parecer singelo e óbvio, principalmente se for compreendido tão-somente sob a acepção do culto ao belo como alavanca ao atingimento da felicidade. Ninguém desafia esta realidade atual e não há quem não reconheça que a estética é uma meta a ser alcançada em todas as áreas da corporalidade, assim entendida como tudo aquilo que pode ser apreendido do ponto de vista material. Descobri hoje, porém, que a beleza vai muito além de sua própria aparência e penetra em campos muito mais sutis da existência humana. Alguém questiona a validade da existência da beleza que qualifica e guarda relação com as características da alma e do ser, em sua concepção espiritual?

O belo, a princípio, parece ser aferível de plano, mas não existe dúvida quanto ao fato de que muitos critérios são nutridos pela experiência cultural e pelas referências pessoais. Neste ponto, então, você pode acabar se convencendo de que a beleza é relativa e um tanto subjetiva. Mas se você admite esta premissa como inteiramente verdadeira, acaba por invalidar postulados universais. Quem descrê da proporção áurea utilizada pelo escultor grego Fídias ao conceber o Parthenon e legar a quase todas as áreas do conhecimento humano a constante real algébrica irracional representada pela letra Phi? E, num sentido mais prosaico, alguém consegue explicar como bebês de poucos meses são já capazes de manifestar suas legítimas preferências? Muito mais foi dito, debatido e questionado e é claro que eu tinha perguntas a fazer. Mas considerando que eu jamais havia me dedicado ao assunto, achei melhor levá-lo embora comigo para minhas próprias reflexões.Durante o dia, muitas coisas vieram à minha mente e pude então perceber que meu gosto desenfreado pelas viagens guarda íntima relação com a busca da beleza que existe na diversidade e na diferença. Diz-se que é afortunado aquele que tem a capacidade de apreciar o belo em sua essência bruta e dissociado dos paradigmas individuais. Talvez eu tenha nascido com sorte, ou talvez eu tenha apenas desenvolvido uma potencialidade disponibilizada a todos. Não sei. De qualquer modo, isto explica, em parte, o fato de que eu jamais tenha “desgostado” de um determinado lugar. Quando viajo, desligo minhas chaves pessoais e abandono qualquer parâmetro ou comparação. Vivencio as experiências na plenitude de como podem ser vividas e procuro olhar com olhos que enxergam sob outra perspectiva. E se a procura da beleza e seu consequente encontro constituem mesmo uma estrada para a felicidade, é por ela que eu pretendo continuar seguindo.  Dostoiévski dizia que “a beleza salvará o mundo”. Isso também eu não sei, filósofa que não sou. A única coisa que posso dizer é que o mundo, em si mesmo, já ostenta o atributo da beleza, que é ratificada e validada a cada novo olhar. Não sou ousada o suficiente para sustentar uma tese divergente da defendida pelo escritor russo. De toda forma, como uma assertiva não se contrapõe necessariamente à outra, apenas reafirmo que a beleza é facilmente visível, amplamente perceptível e bondosamente democrática. É só observar. Ela pode ser encontrada em qualquer lugar em que você esteja. Em quaisquer circunstâncias, em quaisquer condições.

(Texto originariamente publicado em 19/03/12. Foto: We Heart It).

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SOMOS TODAS LINDAS

Dia Internacional da Mulher. Acho válido, mas, a rigor, penso que não haveria necessidade de se criar uma data específica para esta espécie de comemoração.

E isto porque todos os dias são nossos. Sem qualquer exceção.

São nossos porque aprendemos a nos apropriar da vida e de tudo de bom que ela pode nos oferecer.

Com o tempo, desenvolvemos a arte de tomar posse de nós mesmas, de modo a afastar os ladrões dos nossos espíritos e das nossas inspirações. Aprimoramo-nos sempre na tarefa de defender o que é nosso por direito e por outorga da nossa própria existência, como resultado de todas as trilhas que duramente percorremos até aqui.

Nossos corpos são nossos. E são entregues a outrem apenas quando assim o desejamos.

Nossas almas são nossas e não são passíveis de aprisionamento.

Nossos corações são nossos e a ninguém é dado o direito de que sejam desestabilizados.

Nossos atos, certos ou errados, são fruto das nossas necessidades e incumbe apenas a nós mesmas o dever de julgar o seu acerto.

Nosso trabalho é o mais nobre que existe, pois foi elaborado com nossas mentes e com nossas próprias mãos.

Nossas amigas são como nossos espelhos, em que vemos a nós mesmas com muita nitidez.

Nossos filhos não são nossos, mas de nós vieram e por isso mesmo são seres sagrados.

Nossas casas são nosso santuário de amor.

Nossos altares são qualquer lugar do mundo em que possamos nos ver em sintonia com nós mesmas.

Nossos sonhos são secretos e inacessíveis.

Nossos sorrisos são as lamparinas que usamos para iluminar nossos caminhos.

E nossas lágrimas são as gotas de orvalho que enfeitam o jardim da nossa existência.

Nossa aparência é nossa forma de estar no mundo. E pouco importa como ela seja, porque nós somos nós, com tudo aquilo nos pertence. Sem mais nem menos. Apenas o que somos: aquela menina que cresceu mas que jamais abandonou seu poder de ser feliz, seus ideais e seus encantos.

E somos belas, muito belas, porque conhecemos este segredo. E é o que basta à nossa beleza. É o que  basta ao encantamento. É o quanto basta à poesia da vida.

Não há nada no universo que conspire contra e que se contraponha a esta verdade: somos todas lindas!

(Texto originariamente publicado em 08/03/12. Foto: Favim).

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LUBRIFICANDO AS ASAS

Toda vez que minha vida emperra, fico pensando que ali, bem naquele ponto, há algo para aprender. Mas dificilmente descubro o que é. Aliás, para ser justa comigo mesmo, acabo descobrindo, sim. Mas, na maioria das vezes, tanto tempo depois do acontecido, que chego a ficar triste pelo fato de que, à época, eu tenha sofrido à toa. Aprender parece ser a missão básica da humanidade. Sem o aprendizado, um ser humano não pode sequer sobreviver. Ele tem que saber o mínimo nem que seja apenas para permanecer em pé sobre a face da Terra.

Muitas pessoas viram as costas ao conhecimento, ao argumento de que este não resolve as suas vidas. Mas, se isso pode ser correto, não menos verdadeiro é o fato de que também não será a ignorância que solucionará os seus problemas. Seja como for, gosto é gosto e cada um deve viver de acordo com suas próprias convicções. E, de todo modo, diferentemente do conhecimento, a verdadeira sabedoria parece mesmo estar sempre dentro de nós.

Existem muitas formas de aprender e muitas vezes exige-se o esforço de nossa parte. Felizmente, há, também, maneiras bastante prazerosas de agregar conhecimento. Uma delas é viajar, pois, se para aprender algo você não precisa viajar, eu diria que é impossível viajar sem aprender.

Como eu mencionei nas primeiras postagens do blog, hoje em dia você encontra quase tudo em termos de viagens, o que certamente aumenta, em muito, as razões para bater suas asas.

Existem agências especializadas em viagens de conhecimento. E elas são absolutamente fantásticas. Normalmente, elas divulgam um calendário já idealizado para que os grupos possam se formar. E estes grupos sempre são liderados por um “expert” no assunto. Aqui no Brasil, temos a Latitudes, que faz um trabalho primoroso. Nunca viajei com eles, mas conheço pessoalmente alguns dos especialistas. Só a visita ao “site” já vale muito. Há roteiros e fotos incríveis. A americana Wander Tours é também excepcional. Além de destinos fantásticos, a agência criou um segmento chamado Women-Only, com programas adequados ao gosto feminino.

Além disso, se você não tem companhia para viajar, é extremamente interessante buscar este tipo de viagem, em que sempre há outras mulheres na mesma situação que você.

Querida viajante, não é possível saber o que será de nós mesmas no dia de amanhã, nem mesmo com todo o conhecimento do mundo. Nosso futuro é sempre incerto e desconhecido. Há uma verdade, porém, de caráter absoluto e da qual ninguém pode fugir: sem preparar-se e sem treinar as suas asas, nem mesmo um pássaro pode voar. Mãos à obra.

(Texto originariamente publicado em 11/02/12. Foto: Pinterest)

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